América latina

Chanceler da Argentina pede atualização do acordo entre Mercosul e UE

As mercadorias que o Mercosul tem interesse em exportar, como etanol ou carne, estão sujeitas a cotas fixas com base nos volumes de vendas acordados em 2019, apontou Cafiero

Chanceler Santiago Cafiero
Chanceler Santiago Cafiero (Foto: Reuters)


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PUERTO IGUAZÚ, ARGENTINA (Sputnik) - O ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, alertou para a necessidade de reformar o acordo de livre comércio firmado em 2019 entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE), encabeçando a 62ª Reunião do Conselho do Mercado Comum (CMC) do bloco comercial.

“O acordo pode funcionar como um marco para catalisar investimentos em setores estratégicos, mas para materializar essas potencialidades é preciso trabalhar e atualizar os textos de 2019”, afirmou o chanceler no Gran Meliá Hotel, localizado no Parque Nacional Iguazú, na província Argentina de Misiones (nordeste).

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No âmbito da presidência pro tempore do organismo, que ocupou nos últimos seis meses, a Argentina concentrou suas atenções em avançar nas questões pendentes na negociação do acordo com a UE, já que "o acordo Mercosul-UE, como foi fechado, reflete um esforço desigual de blocos assimétricos", ponderou o ministro.

“O produto interno bruto [PIB] da UE é seis vezes maior que o do Mercosul, e 25 dos 27 países da UE têm um índice de desenvolvimento humano [IDH] superior a qualquer um dos países que compõem a união aduaneira sul-americana ”, destacou Cafiero.

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O bloco comercial concordou em liberar tarifas sobre 95% das exportações europeias de produtos agrícolas, mas a UE "libera apenas 82% para o Mercosul" e estabeleceu cotas fixas ou preferências para o restante dos países, acrescentou o ministro.

As mercadorias que o Mercosul tem interesse em exportar, como etanol ou carne, estão sujeitas a cotas fixas com base nos volumes de vendas acordados em 2019, que já foram superados, afirmou o chanceler argentino.

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Por outro lado, "os bens industriais que daí se importam não estão sujeitos a nenhuma cota", comparou Cafiero aos seus pares Mauro Vieira, do Brasil, Francisco Bustillo, do Uruguai, Julio César Arriola, do Paraguai, e Rogelio Mayta, da Bolívia, que também participa desta plenária como representante de um país associado à união aduaneira.

O acordo de associação, além disso, não menciona em seu texto os subsídios agrícolas da UE, de modo que "a margem das políticas públicas tem sido mais restrita para um bloco do que para outro", questionou Cafiero.

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O ministro insistiu na relevância que o Mercosul tem para o seu país, por ser a "plataforma de produção e desenvolvimento económico e social" e o seu "principal instrumento de integração internacional". Por isso, “o aprofundamento do vínculo entre o Mercosul e a UE é um sinal político necessário em um contexto internacional de crescente incerteza”, afirmou.
 

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