América latina

'Barreiras arbitrárias, sem rigor científico': chanceler argentino critica acordo UE-Mercosul

"Vamos esperar e estudar. Mas não é o Mercosul, a bola está do lado dos europeus, faz tempo", diz Santiago Cafiero

Chanceler Santiago Cafiero
Chanceler Santiago Cafiero (Foto: Reuters)


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Sputnik Brasil - Apesar de enxergar um desejo de colaboração por parte dos europeus em relação ao acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul, o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Santiago Cafiero, tece críticas ao acordo selado em 2019 pelos dois blocos econômicos.

Em entrevista cedida ao jornal O Globo nesta terça-feira (14), ele afirma que, quando o acordo terminou de ser negociado, em meados de dezembro de 2019, "a UE começou a incorporar [ao acordo] diretivas do que chama de Pacto Verde Europeu".

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Devido a isso, segundo ele, muitos tópicos estabelecidos na negociação ficaram "obsoletos".

"Vamos esperar e estudar. Mas não é o Mercosul, a bola está do lado dos europeus, faz tempo. Vemos barreiras que são arbitrárias, sem rigor científico, baseadas em lobbies e não em dados. Temos um grande compromisso com todas as políticas de combate às mudanças climáticas, mas pedimos que não se tomem medidas de forma geral, deve ser entendido como produzimos em nossos países. As decisões devem ser tomadas em base à ciência", declarou.

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Sobre a promessa do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, do acordo ser selado por definitivo ainda neste ano, Cafiero afirmou que tanto ele e quanto o presidente argentino Alberto Fernández disseram ao chanceler alemão Olaf Scholtz que o "capítulo sobre compras governamentais também deve ser revisado".

"O Mercosul disse em dezembro que estava preocupado com as normas europeias vinculadas ao acordo". O chanceler argentino enfatizou que as posições do Mercosul "são coordenadas com os demais sócios do bloco. O que a Argentina propõe é avançar com o acordo, mas queremos revisá-lo porque vários capítulos desse acordo foram modificados pela UE, e não pelo Mercosul".

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'Lua de mel' entre Argentina e Brasil

Questionado sobre as atuais relações entusiasmadas entre Brasil e Argentina, o ministro diz que a relação pessoal entre Lula e Fernández é um grande impulso para a proximidade entre os dois países da América do Sul.

"Essa sintonia política e afetiva permite uma velocidade diferente na relação. É muito importante que a primeira viagem oficial de Lula tenha sido a Buenos Aires, menos de um mês após assumir. Temos uma agenda de trabalho, com muita coordenação e cooperação. O que os presidentes assinaram é um plano de voo para a relação bilateral, para um período de 10 a 15 anos."

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Sobre os pontos principais dessa relação sob o ponto de vista argentino, ele disse que "o projeto de ampliação do gasoduto de Vaca Muerta, para chegar ao Sul do Brasil permitiria ao Brasil ampliar suas exportações para a Argentina, e ao nosso país terminar uma obra importante. Se exportássemos mais gás ao Brasil, conseguiríamos equilibrar nossa balança comercial bilateral".

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