América latina

Argentina eleva defesas econômicas contra “ataque” da inflação

A taxa de inflação acelerou apesar dos controles de preços e aumentos regulares das taxas, elevando temores de um retorno à hiperinflação que atingiu o país há mais de 30 anos

Banco Central da Argentina
Banco Central da Argentina (Foto: LUCIANO THIEBERGER/Divulgação)


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REUTERS - O governo da Argentina está reforçando suas defesas econômicas enquanto luta contra uma inflação desenfreada que atingiu 109% em abril, esgotando rapidamente as reservas de moeda estrangeira do banco central, enfraquecendo o peso e alimentando temores de uma forte desvalorização cambial.

O Ministério da Economia anunciou um pacote de medidas no domingo, incluindo novos aumentos nas taxas de juros, mais intervenção do banco central nos mercados de câmbio e acordos acelerados com os credores depois que a inflação superou todas as previsões na semana passada.

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Nesta segunda-feira, o banco central elevou sua taxa de juros em 600 pontos-base, elevando a taxa para 97%. Isso vem após aumentos consecutivos totalizando 1.300 pontos-base em abril.

O banco de investimentos J.P. Morgan disse que um “ataque da inflação” forçou o governo a tomar “medidas de emergência”.

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“A Casa Rosada (palácio presidencial) está concentrada, por enquanto, em buscar recursos para conter o sangramento das reservas e aliviar o impacto da alta dos preços”, afirmou.

A taxa de inflação da Argentina acelerou apesar dos controles de preços e aumentos regulares das taxas, elevando os temores de um retorno à hiperinflação que atingiu o país há pouco mais de 30 anos, a última vez que os aumentos de preços em 12 meses chegaram a três dígitos.

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Enquanto isso, as reservas de dólares caíram, gravemente prejudicadas por uma seca histórica que afetou as principais safras comerciais de soja e milho, mesmo quando o banco central gastou moeda forte para sustentar o peso, que atingiu uma baixa recorde nos mercados paralelos populares no mês passado.

Isso criou um dilema para o governo: como domar a inflação e evitar uma queda da moeda, ao mesmo tempo em que protege as escassas reservas em moeda estrangeira no banco. Alguns analistas estimam que as reservas líquidas estejam negativas.

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“Se o BCRA (Banco Central) acelerar uma desvalorização, estará colocando mais gasolina na fogueira. Se atrasar a taxa de câmbio para usá-la como âncora, venderá cada vez mais reservas baratas”, disse Roberto Geretto, gerente de portfólio da Fundcorp.

“A situação é complexa e o mandamento ‘não desvalorizar’ custa cada vez mais. Mas desvalorizar sem planejamento pode ser um salto no vazio.”

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