América latina

Argentina continuará levantando sua voz contra o bloqueio a Cuba, diz chanceler

Continuaremos a levantar a voz para acabar com o bloqueio dos Estados Unidos a Cuba, assegurou o chanceler Santiago Cafiero

Chanceler Santiago Cafiero
Chanceler Santiago Cafiero (Foto: Reuters)


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247 - Poucos dias depois de comemorar o 50º aniversário do restabelecimento das relações diplomáticas entre a Argentina e Cuba, o chanceler argentino, Santiago Cafiero, destacou que a reivindicação pelo fim do bloqueio e o apoio de Cuba ao direito soberano da Argentina sobre as Ilhas Malvinas constituem elementos centrais que marcam as relações existentes.

Em entrevista exclusiva à Prensa Latina, Cafiero reconheceu o acompanhamento permanente entre os dois povos que, além de projetos comuns, estão unidos pela amizade e pelo respeito.

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Ambas as nações iniciaram suas relações diplomáticas em 1909, mas estas foram interrompidas em 1962 devido a uma forte campanha e pressão exercida pelos Estados Unidos para tentar isolar e acabar com a jovem Revolução iniciada em 1959, a apenas 90 milhas de seu território.

Em 28 de maio de 1973, sob o mandato do então presidente desta nação, Héctor Cámpora (1909-1980), os laços foram reatados.

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Já se passaram muitos anos, mas o primeiro marco foi justamente a retomada das relações diplomáticas durante o governo peronista de Cámpora, disse o chanceler, referindo-se a momentos relevantes da história comum ao longo do último meio século.

Ele também destacou as visitas feitas à Argentina pelo líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro (1926-2016), e mais recentemente pelo presidente Miguel Díaz-Canel, que participou em 2019 na posse do presidente Alberto Fernández e, em janeiro deste ano, na VII Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

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Isso realmente fortalece os laços. Durante os governos populares da Argentina, o intercâmbio comercial pode ser muito mais acelerado, mas sobretudo o diplomático em geral, cultural e de cidadania, destacou.

Há aspectos centrais, como os desafios enfrentados pelos dois países. Eles sempre estiveram entrelaçados e as relações cresceram a partir das questões políticas, comerciais e estruturais da política externa. Acredito que hoje mantemos uma sintonia muito boa e estamos avançando em projetos como os desenvolvidos nos setores agrícola e farmacêutico. Há muito para continuar explorando, disse ele.

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Cafiero considerou que as projeções são positivas, especialmente depois da última visita de Díaz-Canel, durante a qual os chefes de estado de ambas as nações avaliaram vários acordos assinados, incluindo um de intercâmbio de tecnologia agrícola.

Isso é progredir. Acreditamos que é um projeto muito bom pelo potencial que a Argentina tem como produtor de alimentos e em biotecnologia aplicada, bem como para satisfazer a necessidade de autonomia de Cuba no setor. Estamos trabalhando muito bem, indicou.

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Por outro lado, referiu-se à Celac como um mecanismo aberto e de diálogo político do qual fazem parte os dois países.

Nesse sentido, qualificou como relevante a VII Cúpula daquele órgão, que reuniu representantes dos 33 países membros e permitiu fazer o balanço da presidência pro tempore, exercida pela Argentina durante o ano de 2022.

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Nessa reunião, foi aprovada a Declaração de Buenos Aires, que exigia o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba por mais de seis décadas.

“Essa questão continua nos mobilizando. Não é algo que fazemos agora, mas o presidente Fernández o expressou em inúmeras ocasiões, inclusive na IX Cúpula das Américas, realizada em Los Angeles (2022). É algo que a Argentina sempre defendeu”, explicou.

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O bloqueio hoje é absolutamente anacrônico e condena o povo da ilha a restrições. Durante a pandemia de Covid-19, Cuba foi impedida de ter acesso a medicamentos, tratamentos e insumos para combatê-la. Isso já é um nível de absurdo que nenhum país do mundo deveria permitir. Por isso vamos continuar a levantar a voz para que acabe, afirmou.

Além disso, lembrou que a Argentina sempre contou com a ilha para expressar a importância de chegar a um acordo e cumprir as resoluções da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre a necessidade de este país e o Reino Unido voltarem à discussão mesa de negociações para tratar do direito à plena soberania desta nação sul-americana sobre as Malvinas.

Nossas ilhas foram usurpadas há 190 anos. Isso deve ser resolvido de forma pacífica e diplomática, como propomos nós e muitos Estados. Cuba sempre foi uma voz importante que nos acompanhou, afirmou.

Também levantamos nossas vozes para dizer que é um absurdo que Cuba seja classificada como terrorista pelos Estados Unidos. Isso foi feito pelo Governo de Donald Trump (2017-2021) em um momento absolutamente eleitoral e deve ser corrigido, acrescentou.

Nesse sentido, reiterou que o seu país manifesta permanentemente a sua vontade de acompanhar a ilha quando são tomadas decisões unilaterais que a prejudiquem.

Sempre questionamos esses tipos de medidas porque não são os mecanismos adequados para lidar com as diferenças, afirmou.

Por outro lado, considerou relevante a promoção de uma iniciativa regional idealizada pelo México e apoiada por Buenos Aires e Havana, entre outros, para combater a inflação.

É importante pensar em mecanismos que tenham a ver não apenas com a troca de produtos, mas com a busca de soluções na construção de cadeias produtivas regionais que permitam ter itens de qualidade a baixo custo para nossos habitantes, destacou.

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