América latina

Após atrito de Ortega com Igreja Católica, Papa critica governo da Nicarágua

A Igreja Católica é um forte setor de oposição ao governo de Daniel Ortega, que está ameaçado de golpe pelos Estados Unidos

(Foto: Reprodução | Reuters)


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247 — O Papa Francisco classificou o regime do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, como uma “ditadura grosseira”, após a condenação do bispo nicaraguense Rolando Álvarez a 26 anos e quatro meses de prisão. Álvarez, um crítico do governo Ortega, foi condenado por “traição à pátria” em meio à crise no país centro-americano.

Ele se recusou a deixar o país junto com outros 222 presos políticos da oposição nicaraguense, o que provocou a fúria do presidente Ortega, que o chamou de “soberbo”, “maluco” e “energúmeno”.

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Recentemente, a imprensa corporativa iniciou uma forte campanha contra o governo da Nicarágua, que tem enfrentado ameaças de golpe por parte dos Estados Unidos há anos, desde a época de Donald Trump e agora com Joe Biden. Em 21 de fevereiro, o presidente da Nicarágua acusou a Igreja Católica de ser uma “máfia” e de ser antidemocrática por não permitir que os católicos elegessem papa, cardeais, bispos e padres por voto direto. A Igreja Católica é um forte setor de oposição ao governo no país.

Em entrevista ao portal de notícias argentino “Infobae”, concedida no Vaticano por ocasião do décimo aniversário de seu papado e divulgada nesta sexta-feira (10), o Papa Francisco expressou sua preocupação com a situação na Nicarágua. Ele disse que o bispo Álvarez é um homem muito sério e capaz, que queria dar seu testemunho e que não aceitou o exílio. Francisco também destacou que a situação na Nicarágua é como trazer de volta as ditaduras grosseiras do passado.

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“Com grande respeito, não tenho outra escolha senão pensar em um desequilíbrio da pessoa que lidera (Ortega). Lá temos um bispo que é um prisioneiro, um homem muito sério, muito capaz. Ele queria dar seu testemunho e não aceitou o exílio”, disse. “É algo que está fora da linha do que estamos vivendo, é como se fosse trazer a ditadura comunista de 1917 ou a hitleriana de 1935, trazer as mesmas para cá… São ditaduras grosseiras”, afirmou.

O pontífice também foi questionado sobre a situação política na Venezuela e expressou sua confiança de que possa haver uma mudança de regime. Ele disse que acredita que as circunstâncias históricas vão obrigar a mudança no modo de diálogo que eles têm e que nunca fecha a porta para possíveis soluções. 

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O Papa Francisco completará dez anos à frente da Igreja Católica na próxima segunda-feira, período em que concentrou seus esforços na reforma da Santa Sé para torná-la mais transparente e eficaz.

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