América latina

39 migrantes morrem em incêndio em instalação no México perto da fronteira com os EUA

Governo mexicano informou que o incêndio 'aparentemente' começou depois que imigrantes atearam fogo em colchões em protesto após descobrirem que seriam deportados

Equipes de resgate retiram feridos de centro de imigração incendiado em Ciudad Juárez, no México
Equipes de resgate retiram feridos de centro de imigração incendiado em Ciudad Juárez, no México (Foto: REUTERS/Jose Luis Gonzalez)


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Opera Mundi - Um incêndio ocorrido na noite desta segunda-feira (27/03) em um centro de controle migratório e estadia provisória em Ciudad Juárez, estado de Chihuahua, no Norte do México [próxima à fronteira com o estado norte-americano do Texas], terminou com a morte de 39 pessoas.

Outras 29 pessoas ficaram feridas, algumas delas em estado grave [o que pode levar a um aumento do número de mortos nas próximas horas], segundo a imprensa local.

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O centro de controle migratório é um local onde imigrantes de países da América Central se mantém alojados enquanto esperam por uma decisão judicial a respeito de sua situação legal.

Para a grande maioria dos imigrantes centro-americanos, o México é apenas parte do trajeto, já que buscar cruzar a fronteira com os Estados Unidos, objetivo final de sua jornada.

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Os centros de controle são uma medida tomada pelo governo mexicano para tentar filtrar esse fluxo e ajudar legalmente aqueles que estão em situação mais precária.

Origem do incêndio e direitos humanos

As primeiras informações sobre o ocorrido na noite desta segunda dão conta de que o incêndio teria sido produzido pelos próprios imigrantes, que atearam fogo em colchões quando receberam a informação de que muitos deles seriam deportados para seus países de origem.

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Segundo o Instituto Nacional de Migração [INM, órgão ligado ao Ministério do Interior], havia 68 pessoas alojadas no centro migratório de Ciudad Juárez quando o incêndio começou. A entidade também assegurou que está sendo feita uma investigação para determinar as causas do incêndio.

Por sua parte, a Comissão Nacional de Direitos Humanos do México (CNDH) pediu para participar das investigações do caso, alegando que "é preciso observar também as condições em que viviam essas 68 pessoas, se as instalações estavam aptas para abrigar um contingente desse tamanho, e outros detalhes mais específicos de acordo com as características dos internos".

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Entre essas especificidades estaria o fato de que, segundo as informações do CNDH, a maioria dos 68 abrigados no centro de Ciudad Juárez na hora do incêndio eram homens maiores de idade, mas também havia mulheres e crianças [meninos e meninas] no local, razão pela qual se questiona se eram observadas as medidas necessárias para salvaguardar os direitos e integridades de todos.

A entidade também quer detalhes sobre a quantidade de funcionários do INM que estavam presentes no centro na hora do incêndio. Segundo a imprensa local, havia apenas três trabalhadores de turno na noite desta segunda, e todos eles teriam fugido do local quando as chamas se iniciaram.

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Reação de Obrador e do governo

O INM afirmou que colaborará com a entidade de direitos humanos e que também está em contato com as autoridades consulares de diferentes países, para implementar ações que permitam a identificação de todos os falecidos e seus translados aos países de origem, e também de assistência aos 29 feridos e aos sobreviventes que resultaram ilesos.

Por sua parte, o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador manifestou que "sabemos que a maioria das vítimas são imigrantes da América Central, alguns da Venezuela, ainda não temos os nomes das pessoas afetadas (…) mas certamente lamentamos o ocorrido e vamos realizar as investigações pertinentes para ter o detalhe de como se gerou essa tragédia".

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O mandatário também repercutiu a informação do INM de que os próprios imigrantes teriam iniciado o incêndio no centro migratório, e afirmou que "o diretor do departamento de imigração (Francisco Garduño Yáñez) e todas as autoridades competentes estão lá (em Ciudad Juárez), assim como a promotoria, que vai indicar como se irá proceder legalmente". (Com informações de La Jornada, TeleSur e RT). 

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