O filho de Alexandre de Moraes foi agredido em um aeroporto. O que isso significa?
"É importante compreender o que aconteceu com as subjetividades que se deixaram levar pela propaganda fascista", escreve a colunista Marcia Tiburi
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Nos períodos entre eleições, ou seja, na entressafra da política institucional, alguns ânimos arrefecem sob a ilusão da paz. Enquanto uns exigem um relaxamento da crítica contra fascistas, talvez sem perceber que o perigo segue, embora mais tímido, outros exercem seu fascismo livremente. O que Alexandre de Moraes e seu filho viveram faz parte de uma tensão que não pode ser negligenciada.
Não será apagando o fato de que massas inteiras votaram em Bolsonaro e tudo o que ele representa, que vamos elaborar algo em torno do horror vivido. Portanto, aqueles que pedem por “menos rancor” em relação aos fascistas, deveriam lembrar que o fascismo não pede perdão. Ele ataca. Mesmo em tempos que deveriam ser de paz.
Logo, é bom perguntar: quem, tendo votado em Bolsonaro, já praticou a autocrítica?
O cuidado para não “passar pano” para fascistas - ou seja, para não aceitar sem análise - é importante.
Contudo, ao mesmo tempo, precisamos falar mais sobre o fascismo, pois ele não morreu com as eleições de 2022. Como falou Freud, é preciso “perlaborar”. Ou seja, elaborar com mais cuidado e mais profundidade. Por si só, o que alguns chamaram de “rancor” para com fascistas não seria uma reação condenável, embora não seja disso que se trata. O que importa é manter o pensamento reflexivo, o grande inimigo do fascismo, em ação. Essa é uma parte importante da esfera pública democrática a ser sustentada no enfrentamento aos fascistas que, ocupando a esfera pública, visam destruir tudo para instaurar o reino da morte com o qual se regozijam.
É importante compreender o que aconteceu com as subjetividades que se deixaram levar pela propaganda fascista. E, mais ainda, que políticos ganham com isso.
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