O componente racial na França

A França, nesse momento passa, assim como outras nações europeias, pelo crescimento do pensamento conservador com a ascensão da extrema direita

O presidente da França, Emmanuel Macron
O presidente da França, Emmanuel Macron (Foto: REUTERS/Ints Kalnins/File Photo)


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Em 1789 os termos liberté, égalité e fraternité foram consagrados pela Revolução Francesa e se tornaram uma espécie de mantra universal a ser difundido em todo o mundo. Ocorreu, entretanto, que tais expressões não eram aplicáveis às pessoas negras. A afirmação pode ser comprovada por outra gloriosa revolução, a   Haitiana, de 1804. Os negros escravizados da ilha caribenha logo após o alvorecer jacobino passaram a questionar o seu colonizador. “E nós? Não teremos os mesmos direitos humanitários?”. Como a resposta foi negativa, veio a revolução. Parece exagero, mas não é. O racismo dispendido a população negra, mesmo àquelas que nasceram na França, ou de origem árabe, pode ser observado em um dos países mais multieetinicos do planeta. O preconceito está arraigado e acontece principalmente nos guetos de Paris. A morte do jovem jogador de rúgbi Naël Merzouk, de 17 anos de idade, em Nanterre, é mais um desses casos.

É necessário lembrar que no pós guerra o país ficou ainda mais diverso ao receber inúmeros migrantes de países africanos que foram colônias. Depois disso, no século XXI, outros casos semelhantes ao de Naël aconteceram em 1983, o mais significativo daquele momento foi o de um outro jovem, chamado Toumi Djaidja, 19 anos, agredido severamente por policiais. Em 2005, três jovens negros foram perseguidos pela polícia e dois deles acabaram morrendo de forma trágica.

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Hoje, há estimativas que demonstram que pessoas não brancas têm 20% mais chance de serem agredidas pela polícia. No ano passado treze pessoas foram mortas após abordagens em carros, o que é um recorde. Ou seja, tal prática não mudará. A França, nesse momento passa, assim como outras nações europeias, pelo crescimento do pensamento conservador com a ascensão da extrema direita. É necessário que as organizações de esquerda se levantem e tomem as rédeas da mudança. As manifestações são importantes, mas sem direção partidária não serão suficientes.

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